A sua baixa autoestima intelectual acaba com qualquer aproveitamento nos estudos porque, no fim das contas, você nem sequer tenta chegar em um resultado. No fundo, você sabe que não adianta tentar, você não vai conseguir.
Só que isso não é verdade. Você acredita nisso, mas isso é só uma crença baseada na sua baixa autoestima que existe aí dentro de você.
Aqui fora, no mundo real, o ponto crítico é outro. A aprendizagem é um processo biológico, então, essencialmente, basta passar pelo processo. O seu problema não é burrice, é só uma pequena falta de orientação sobre como passar por esse processo de aprendizagem da melhor forma possível.
Se você calibrar as coisas certas no seu processo de aprendizagem, a aprendizagem se torna inevitável.
Você não é burro.
Você não é incompetente.
Você não é uma nota baixa.
Você só se perdeu em uma parte do caminho.
Você só precisa reencontrar o caminho.
Se você sofre com a sua autoestima de estudante, basta ajustar o alvo da sua atenção – pare de pensar no resultado e comece a pensar no processo. Veja esse exemplo:
Você não sabe matemática? Não, na verdade o que você não sabe é como estudar matemática e por causa disso, nesse momento, você não está sabendo matemática. Se você aprender a estudar matemática, você vai aprender o que te faltava aprender em matemática e, inevitavelmente, vai acabar sabendo matemática. Essa mesma premissa serve para biologia, para geografia, para direito administrativo, para histologia e qualquer outro conhecimento formal que você possa aprender a partir do ofício do estudo.
Lembre-se, você não é burro, você só se perdeu em uma parte do caminho. Um jeito simples de corrigir esse caminho é recuar um pouco para realinhar o caminho. Imagine essa situação:
Se você não entendeu o Capítulo 7 do seu livro de Geografia, volte para o Capítulo 6. Se você não entendeu o Capítulo 6, volte para o Capítulo 5. Ali pelo Capítulo 5 as coisas voltam a fazer sentido e, a partir desse recuo, você consegue compreender o Capítulo 6 e depois consegue compreender o Capítulo 7. Sem fazer o recuo, você vai acabar avançando no Capítulo 7 sem entender nada e vai chegar no Capítulo 8 sem entender nada e assim por diante, avançando por avançar, mas sem aprender quase nada no caminho.
Essa premissa de recuo vale para praticamente qualquer situação. Se você não está se entendendo com a Física, volte seu olhar para a Matemática. Se está difícil se entender com a Matemática mais “avançada”, recue estrategicamente para a Matemática mais “básica”. Se ainda assim a Matemática básica está difícil, volte para a interpretação de texto. Às vezes, esse recuo vai ser maior, vai ser menor, vai ser trabalhoso e ainda vai exigir de você uma certa humildade. Mas tenha a certeza de que sem esse recuo, não é possível avançar tão longe.
Recuar não significa REGREDIR.
Nesse caso, voltar significa RESGATAR.
Para você resgatar a sua autoestima de estudante e voltar a acreditar que é capaz de aprender e seguir em frente, você precisa antes resgatar seus conhecimentos prévios que ficaram perdidos lá atrás.
Por isso, eu repito aqui – você não é burro, você só está perdido no caminho. Recue e se reencontre.
Uma disciplina como a Matemática não é necessariamente difícil, ela só está difícil agora porque te falta algum conhecimento prévio que você deixou passar, por isso você está perdido. Se o problema é que você está perdido, a solução é recuar e se encontrar. Volte um pouco, aprenda o que você deveria ter aprendido antes e, aí sim, siga adiante.
Recue e reencontre o que você deixou de aprender.
Recue e reencontre a sua autoestima.
Recue e reencontre a sua satisfação em estudar e aprender.
Commentaires